Alraune ou A Mandrágora: A Beleza da Maldade
De todos os livros de literatura fantástica que li, A Mandrágora foi um dos que mais que fascinou. Foi difícil consegui-lo,
estava fora de edição. Antes mesmo de tê-lo nas mãos, cheguei a sonhar com a
história, tamanha era a vontade de lê-la.
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edição capa dura do Editorial Valdemar |
Não havia traduções em inglês, coisa que só aconteceu, se não erro, em 2006. Então, eu já havia comprado em sebo uma edição de 1925, em alemão, e me esmerava por lê-la. Mein Gött!
O Editorial Valdemar, uma editora espanhola que é das maiores editoras especializadas em livros desse tipo no Mundo, lançou uma edição primorosa em capa dura, pela Coleção Gótica, que logo esgotou como ingressos para o show de revival das Spice Girls. Após isso, a Valdemar lançou uma edição mais simples, porém tão caprichada quanto a anterior, pela Coleção Clube Diógenes e assim pude colocar as mãos nessa obra prima da literatura alemã.
Hanns Heinz Ewers é o nome do seu autor, entretanto ele e suas obras são pouco conhecidos, tanto fora quanto dentro da Alemanha, seu país de origem. Mas Ewers chegou a ser o maior escritor do nazismo alemão e A Mandrágona um dos livros preferidos de Hitler, senão o mais querido. Interessando em buscar intelectuais cujas ideias eram semelhantes às do nazismo, Hitler descobriu um livro de contos de Ewers, até então, um escritor desgarrado que vivera errante no Brasil, América Central, Itália e Oceania. Ewers era um escritor Cult, com poucos, mas ilustres devotos, entre eles Howard Lovecraft.
Ewers era culto, mas com a mente deturpada por racismos e sociopatas, e foram essas tendências que atraíram Hilter. Logo o Füher trouxe Ewers para seu lado e o tornou notório nos círculos intelectuais da Alemanha. Hitler deu a ele um serviço, encontrar um mito de identidade nacional, procurando algum personagem alemão real, cuja vida fosse gloriosa e eivada de lutas e obstáculos. Ewers logo fez a biografia Horst Wessel um miserável louco que fora morto com um grupo de comunistas. Ewers tranformou sua vida num exemplo para o povo alemão, mesmo sabendo que Wessel não passava de escória, e o livro vendeu a ponto de ser transformado em filme.
Entretanto questões política envolvendo personagens do livro desagradaram Hitler e tanto o filme como o livro foram rechaçados pelo chanceler alemão. Daí Ewers caiu em desgraça, seus livros foram recolhidos e destruídos e foi proibido de sair do país. Morreu como indigente e como tal foi enterrado. Não fosse seu editor, talvez jamais soubéssemos onde fica sua lápide, nem ler seus livros. Kurt Desch, editor e amigo, fez com que se escrevesse em sua lápide a última frase de A Mandrágora: “Quero entrar em mim, espero por minha mãe”.
De qualquer forma A Mandrágora já havia entrado no senso comum e fincado suas raízes. Personagens como Doutor Broken, que sacrifica crianças para seus experimentos genéticos, e sua paradoxal criação: a linda Alraune, mulher-mandrágora, fada demoníaca, pseudo-humana, que destroça as entranhas maternas pouco antes de nascer. O livro permaneceu seduzindo e perturbando Hitler, com sua obscuridade, sua sexualidade estranha e o enaltecimento do paganismo alemão e da criação genética da raça superior.
Ewers, sem dúvida influenciado pela literatura Fin de siècle criou uma das novelas mais misóginas da literatura, talvez não seja a mais misógina, entretanto, é uma das mais célebres e conhecidas. A idéia da mulher como um mal sobre a face da Terra é antiga; podemos encontrá-la desde a Teogonia de Hesíodo, e foi o tema que mais fascinou todos os artistas da França do fim do séc. XIX, alcançando outros países com certa escala de força. Ninguém escapou: pintores, escultores, escritores e até médicos, cientítistas, sociólogos, sofreram essa febre de misoginia, termo que para que não sabe, quer dizer “ódio por mulher”.
O Editorial Valdemar, uma editora espanhola que é das maiores editoras especializadas em livros desse tipo no Mundo, lançou uma edição primorosa em capa dura, pela Coleção Gótica, que logo esgotou como ingressos para o show de revival das Spice Girls. Após isso, a Valdemar lançou uma edição mais simples, porém tão caprichada quanto a anterior, pela Coleção Clube Diógenes e assim pude colocar as mãos nessa obra prima da literatura alemã.
Hanns Heinz Ewers é o nome do seu autor, entretanto ele e suas obras são pouco conhecidos, tanto fora quanto dentro da Alemanha, seu país de origem. Mas Ewers chegou a ser o maior escritor do nazismo alemão e A Mandrágona um dos livros preferidos de Hitler, senão o mais querido. Interessando em buscar intelectuais cujas ideias eram semelhantes às do nazismo, Hitler descobriu um livro de contos de Ewers, até então, um escritor desgarrado que vivera errante no Brasil, América Central, Itália e Oceania. Ewers era um escritor Cult, com poucos, mas ilustres devotos, entre eles Howard Lovecraft.
Ewers era culto, mas com a mente deturpada por racismos e sociopatas, e foram essas tendências que atraíram Hilter. Logo o Füher trouxe Ewers para seu lado e o tornou notório nos círculos intelectuais da Alemanha. Hitler deu a ele um serviço, encontrar um mito de identidade nacional, procurando algum personagem alemão real, cuja vida fosse gloriosa e eivada de lutas e obstáculos. Ewers logo fez a biografia Horst Wessel um miserável louco que fora morto com um grupo de comunistas. Ewers tranformou sua vida num exemplo para o povo alemão, mesmo sabendo que Wessel não passava de escória, e o livro vendeu a ponto de ser transformado em filme.
Entretanto questões política envolvendo personagens do livro desagradaram Hitler e tanto o filme como o livro foram rechaçados pelo chanceler alemão. Daí Ewers caiu em desgraça, seus livros foram recolhidos e destruídos e foi proibido de sair do país. Morreu como indigente e como tal foi enterrado. Não fosse seu editor, talvez jamais soubéssemos onde fica sua lápide, nem ler seus livros. Kurt Desch, editor e amigo, fez com que se escrevesse em sua lápide a última frase de A Mandrágora: “Quero entrar em mim, espero por minha mãe”.
De qualquer forma A Mandrágora já havia entrado no senso comum e fincado suas raízes. Personagens como Doutor Broken, que sacrifica crianças para seus experimentos genéticos, e sua paradoxal criação: a linda Alraune, mulher-mandrágora, fada demoníaca, pseudo-humana, que destroça as entranhas maternas pouco antes de nascer. O livro permaneceu seduzindo e perturbando Hitler, com sua obscuridade, sua sexualidade estranha e o enaltecimento do paganismo alemão e da criação genética da raça superior.
Ewers, sem dúvida influenciado pela literatura Fin de siècle criou uma das novelas mais misóginas da literatura, talvez não seja a mais misógina, entretanto, é uma das mais célebres e conhecidas. A idéia da mulher como um mal sobre a face da Terra é antiga; podemos encontrá-la desde a Teogonia de Hesíodo, e foi o tema que mais fascinou todos os artistas da França do fim do séc. XIX, alcançando outros países com certa escala de força. Ninguém escapou: pintores, escultores, escritores e até médicos, cientítistas, sociólogos, sofreram essa febre de misoginia, termo que para que não sabe, quer dizer “ódio por mulher”.
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uma das edições espanholas |
Essa tendência ou, talvez
possamos chamar, filosofia sexista era tão nociva que sem dúvida influênciou o
homossexualismo (não a homossexualidade) masculino, o machismo e algo que eu
chamaria de histeria masculina, pois os relatos de perversões e patologias
sexuais sofridas pelos homens da época foram inúmeros e ricos em detalhes.
O horror à mulher
produziu estudos, teorias e uma literatura tão bizarra que a sociedade como um
todo parecia doente de um mal psíquico em grande escala. Isso foi o que a
historiadora Mirelle Dottin Orsini, em seu ensaio A Mulher Que Eles Chamava
Fatal procurou demonstar, em toda a fervilhante e decandente literatura
francesa da época, o que endossa o diagnótico de uma sociedade psicolgicamente
enferma no fim do século XIX.
As revoluções do entre
séculos XIX e XX, que arracaram a mulher do papel mãe/objeto sexual, para uma
existência mais ativa na sociedade, sem dúvida causaram de grande percentual
dessa misoginia, já que pegaram de surpresa o despreparado homem moderno, que
não sabia como lidar com o novo conceito de feminino que se manifestava. Surge
daí, segundo a Sra. Orsini, estudos científicos nos quais ginecologistas iam ao
zoológico para estudar o ciclo menstrual das mulheres através das regras de
macacas! Ou então passavam dias nos jardins botânicos estudando a fisiologia de
plantas carnívoras para entender o apetite sexual feminino.
Ao comparar as mulheres
com primatas e plantas, afirmavam indiretamente sua inferioridade. Críticos
sociais desenvolveram teses segundo as quais as mulheres possuiam plena
capacidade mental somente até os seis anos de idade, a partir daí a mente
sofria uma regressão e elas tornavam estúpidas, de forma que só serviam para
procriar ou para a vida artística, já que o fingimento era a única qualidade da
natureza feminina.
Não bastassem essas
aberrações, surgiram proibições do uso de muitos aparelhos domésticos de
fricção, já que podiam causar histeria e apetites sexuais desefreandos ás donas
de casa. Segundo Orsini, estavam na lista desses objetos, entre outros, batedores de bolo e pasmem... máquinas de
costura! Chegaram mesmo a atestar que as relações sexuais entre dois homens era
o encontro de duas criaturas com identidade, mas que o amor entre mulheres não
passava de simples o acoplamento de dois “vácuos”, já que elas não possuíam pênis
e eram seres, em princípio, mutilados.
Tais abominações
culturais produziram novelas grotescas como A Marquesa de Sade, de
Rachilde, cujo de tema lésbico apresenta uma personagem que mais parece um
sátiro de saias; Os maqueavélicos e sensuais contos de Remy de Gourmont e fantasias
como as de Theóphile Gautier; entre elas estão o célebre conto A Morta
Apaixonada e a novela Mademoiselle de Maupin.
Tantas outras ainda poderiam ser citadas como Aurélia
de Gérard de Nerval, mas é melhor recomendar a
compra do livro da Sra. Orsini, pois é será um verdadeiro banquete para quem
gosta de saber sobre velhas e obscuras obras de literatura decadentista.
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edição comemorativa de 100 anos |
Pois bem, Mandrágora: a história de uma natureza viva,
mesmo escrita em 1911, é um dos últimos produtos dessa bizarria cultural que
foi o fin de siècle, trazendo em suas
páginas o tema da vamp (mulher
diabólica) adornado por outros apensos: o cientifismo no melhor estilo Frankenstein, a botânica deturpada,
superstições medievais e lesbianismo em doses homeopáticas.
A estória do livro gira em
torno de uma linda jovem, cuja família é poderosa tanto quanto rica e sua
origem misteriosa: A bela Alraune (nome alemão para Mandrágora).
Alraune e neta do renomado cientista Jakob ten Brinken e vive uma vida despreocupada e egoísta. Gosta de
vestir-se como um rapaz e sempre participa dos negócios escusos de ten Briken, com
os quais ele amealha fortunas em propriedades de terras.
Desde a infância, ela diverte-se em causar
acidentes e desgraças às pessoas que vivem ao seu redor. Logo cedo, percebeu
que possuía estranhos dons, era imune a qualquer doença ou veneno, e podia
induzir psiquicamente os outros a fazerem a sua vontade. Era dotada portanto de
uma forma de vampirismo, e se valia dele como o passatempo em sua vida opulenta
e sem sentido.
Entretanto, na medida em que cresce Alraune
se torna cada vez mais perigosa, seduzindo e destruindo homens e mulheres, de
modo que nem seu avô permaneceu imune a ela. Ao tentar contê-la, ten Briken
revela sua escabrosa origem, e acaba morrendo.
Nascida como resultado de uma experiência
genética in vitro, Alraune foi criada
por ten Briken seguindo as instruções de um antigo pergaminho de alquimia
medieval que ensinava a criar uma mandrágora, entretanto, para o sucesso da
experiência era necessário fecundar uma prostituta com o sêmen derradeiro de um
assassino morto por enforcamento. O velho pretendia criar uma mandrágora, pois
segundo a lenda, quem possuísse uma estaria protegido da ruína e adquiriria muitas
riquezas.
De posse dessa revelação, Alraune toma
consciência de sua monstruosidade, e cai em desgraça, vivendo terríveis
conflitos da sua natureza meio-humana meio-vegetal, mas não pára de causar
males ainda maiores. Somente quando Frank Brown, sobrinho e ten Briken surge
para ajudá-la a gerir sua herança, é que Alraune finalmente conhece o amor e a
humanidade, entretanto, tomar conhecimentos dessas virtudes não é o bastante
para apagar seu passado mórbido e obter perdão. A justiça da vida cobraria muito
mais.
Os conflitos sobre a influência nefasta de
Alraune percorrem todo o livro, mesmo antes que ela saiba de sua origem. Tanto
ten Briken como seu sobrinho, chegam a duvidar da influência maligna de
Alraune, e Ewers sempre nos apresentar situações dúbias nas quais cada crime
cometido por Alraune também pode ser visto como obra do acaso. Isso permite ao
leitor adquirir simpatia por Alraune e torcer pela transformação do seu
caráter.
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cartaz de um dos filmes baseados no livro |
Em um curto mas excelente ensaio intitulado Das Spiel
mit dem Zufall und der Wahrscheinlichkeit in Hanns Heinz Ewers
"Alraune" - O jogo de azar e probabilidade em Alraune de Hanns Heinz
Ewers, Sabine Geada trabalha
justamente com a hipótese de que os infortúnios ocorridos com os demais
personagens de Ewers tem origem fortuita e nada tem a ver com os supostos
poderes de Alraune, da mesma forma, a nababesca fortuna de ten Briken surgiu obviamente
de suas trapaças.
Geada aponta para a metáfora criada com o crânio de
Alma e as vértebras de Noerissen, pais de Alraune, os ten Briken usa para tirar
a sorte. )Ele confeccionou um copo com o crânio e dados com as vertebras). Aqui
a ensaísta afirma que Ewers sugere que a fecundação da Alraune talvez seja um
jogo de azar, do qual não se pode provar a efetividade. Há ainda, as situações
religiosas do livro, que fazem demonstração da providência divina contra ten
Briken, que se julga semelhante a Deus, por ter criado Alraune.
Mas
a raiz, se que podemos assim falar, dessa fábula moderna não nasceu pura da
mente de Ewers. A inspiração veio da mitologia medieval, da mesma forma como
tantos outros contos e livros fantásticos de famosos. A mítica sobre a
mandrágora é tão conhecida que os livros de Harry Potter fazem diversas menções
aos poderes da planta incomum, capaz suscitar fertilidade e sensualidade. A
própria Bíblia possui uma fábula sobre a Mandrágora que envolve a maternidade
das irmãs Raquel e Lia, esposas de Jacó.
Segundo a mítica medieval a mandrágora é uma planta bulbosa
cujas raízes adquirem, na medida em que desenvolvem, a forma de corpos humanos.
Isso garantiu a planta, um lugar especial nos bestiários medievais, como um
monstro vegetal.
Segundo
a crença, ela devia ser extraída da terra com todo o cuidado, pois ao ser
arrancada, podia emitir um grito agudo capaz de matar seu extrator. Para isso,
o homem medievo utilizava-se de cães treinados para arrancar a planta, pois
tais animais eram imunes ao grito do vegetal.
Quanto à experiência in
vitro descrita no livro, não foi uma invenção de Ewers, a lenda sobre a
criação de mandrágora artificial realmente existiu na Idade Média, junto com o Golem
e o Homúnculo de Visões de Zósimos, um
escrito medieval do séc. III d.C..
Os
alquimistas árabes possuíam um nome para essa forma de vida criada
artificialmente, “takwin” e ela podia se criada utilizando uma mandrágora ou um
ovo de galinha “fecundado” com esperma humano como ensina David Christianus.
Entretanto
a Mandrágora de Ewers não é uma mulher-planta propriamente dita.
Vai perder tempo aquele que ler o livro esperando ver brotar
cipós e galhos dos dedos de Alraune, ela está mais para uma Ninfa moderna. Ela
é como as ninfas da mitologia grega, mulheres cujas vidas estavam ligadas ao
mundo vegetal e eram a causa das angústias amorosas de pastores e até de alguns
deuses do Olimpo. Essas entidades naturais possuíam poderes sobre a natureza e
estavam a meio caminho entre homens e deuses, podiam viver por séculos, mas não
eram imortais.
Outra comparação conveniente é a que podemos estabelecer
entre Alraune e as fadas típicas das mitologias eslavas e céltica. Seres
estranhos, e belos, que habitavam a natureza e se pareciam humanos, mas não
eram.
Tais
criaturas eram amorais e estavam dispostas a fazer o bem e o mal segundo seu
bel-prazer. Geralmente o simples fato de avistá-las era motivo para grandes
tragédias e azar para o resto da vida. Um exemplo é a fada Sabrina que na
mitologia celta, foi vista pelo herói Cúchulain lavando vestes sangrentas à
beira de um rio. A visão era um aviso para Cúchulain de que logo morreria em
combate.
Portanto a natureza de Alraune extrapola a das fadas ou
ninfas. Ela é uma criatura nascida germinada dos princípios da natureza, mas
não de forma natural. Alraune é uma aberração que não pertence nem ao mundo
natural nem ao mundo dos homens.
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Titãnia a rainha das das fadas e Oberon rei do elfos |
O nome Alraune, segundo algumas etimologias se origina de Ölrun,
nome de uma Valquíria filha de Odin, um tipo de deusa-fada, da mitologia
nórdica. Outros consideram raune como
originado da palavra runa “segredo”
ou “mistério”. Mas divergem quanto ao prefixo al, alguns consideram que tenha sua origem no temor aos Alps, pequenos
demônios do folclore alemão causadores de pesadelos. Criaturas semelhantes aos
íncubos e sucubos.
Em alemão se diz Alptraum,
para pesadelos, algo que pode ser traduzir com “sonho de elfos”, referindo se a
ação malfazeja que esses pequenos diabretes tem sobre o sono dos humanos.
Curioso é que, mesmo não tendo relação certa com o nome de Alraune, os sonhos e
o sonambulismo estão presentes na narrativa e tocam a nota final do livro.
A criação de Ewers é um alienígena, isto é, gerada de forma
estranha e alheia ao natural. Um ser de outro mundo, um fada, uma sonho élfico
que perturba homens e mulheres causando fascínio e perdição.
Ao da vida a Alraune ten Briken, Ewers ganhou
notoriedade imediata cativando a imaginação de milhões, o livro vendeu 238 mil
cópias até 1922 e inspirou diversas produções cinematográficas. A primeira em
1918 de Mihály Kertész e a última em 1952 de Arthur Maria Rabenalt.
A força da personagem garantiu-lhe um lugar
entre os mitos modernos como o Conde Drácula e às aberrações pseudo-científicas
de Frankenstein e o Golem. E como se não bastasse isso
Alraune constela o grupo de vilãs da literatura ao lado de Ayesha, da novela Ela de, Lilith de G. Macdonald.
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cartaz de um dos filmes sobre A Mandrágora |
Da mesma forma que Drácula fez com Bram Stoker, A
Mandrágora ofuscou o brilho de outras criações de Ewers. Ele ainda escreveu
mais duas novelas fantásticas que mesmo independentes, forma uma trilogia com A Mandrágora. São elas: O Aprendiz de Feiticeiro ou O Caçador de Demônio (Der Zauberlehrling) e Vampiro, um romance feérico em pedaços e
cores (Vampir. Ein
verwilderter Roman in Fetzen und Farben), nas quais vemos
Frank Brown como o personagem principal.
Ambos já possuem tradução em inglês. O site http://anarchistbanjo.wordpress.com/ oferece os dois primeiros capítulo de Vampiro para que os fãs conheçam a obra.
Na esfera do conto Ewers deixou o famoso
relato A Aranha, considerado um dos
melhores relatos do gênero. Desses somente A
Aranha possui uma tradução portuguesa, os demais, talvez nunca venham a ser
traduzidos. Pois a criatura de Ewers parece esquecida hoje, como uma mera
curiosidade literária conhecida apenas por poucos admiradores do cinema culto e
de bibliófilos, duvido que haja algum editor inteligente nesse país disposto a
apresentar uma edição brasileira.
edição especial de Alraune em alemão |
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